30 dezembro 2009

(Esta também é verdadeira) Feliz 2010...

(clique na imagem para ler)


...para todos os que fazem morada no meu coração (eles sabem quem são).

Num momento particularmente difícil da minha vida peço ao Senhor que o Novo Ano traga o perfume da Sua presença e a Paz da Sua companhia fiel porque basta ir ao Seu encontro, todos nós que estamos cansados e oprimidos, e Ele nos aliviará!!!

11 dezembro 2009

FEIRA DO LIVRO






· LOCAL – Centro Bíblico Esmoriz
· DATAS – 12 de Dezembro (Sábado) – 15:00 a 13 de Dezembro (Domingo) – 18:00
· PROGRAMA - Sábado
- 19:00 – Orquestra de Sinos do Porto
- 20:00 – Conferência – 200 anos da Bíblia em Portugal
Conferencista – Dr. Timóteo Cavaco


06 dezembro 2009

You are who you are for a reason....

by Russell Kelfer

You are who you are for a reason.
You're part of an intricate plan.
You're a precious and perfect unique design,
Called God's special woman or man.

You look like you look for a reason.
Our God made no mistake.
He knit you together within the womb.
You're just what He wanted to make.

The parents you had were the ones He chose,
And no matter how you may feel,
They were custom-designed with God's plan in mind,
And they bear the Master's seal.

No, that trauma you faced was not easy.
And God wept that it hurt you so;
But it was allowed to shape your heart
So that into His likeness you'd grow.

You are who you are for a reason,
You've been formed by the Master's rod.
You are who you are, beloved,
Because there is a God!

03 dezembro 2009

Testemunho do ex-ateu Antony Flew

Simon James Wadsworth



Considerado até 2004, o filósofo ateu mais convicto e influente no mundo, Antony Flew passou a aceitar a existência de Deus. No seu livro Deus Existe: Como o ateu mais famoso do mundo mudou de ideias, Flew explica esta mudança: pesquisas científicas recentes sobre a origem da vida e o ADN revelam a existência de uma "inteligência criadora", diz ele.
Por mais de cinco décadas, o filósofo Inglês foi um dos ateus mais veementes no mundo. Ele escreveu livros e, com audiências numerosas, debateu com conhecidos pensadores crentes, inclusive com o famoso apologista cristão C. S. Lewis.Na Universidade de Nova York, em 2004, ficaram estupefactos quando Flew anunciou que já aceitava a existência de Deus e que ficou particularmente impressionado com o testemunho do Cristianismo. No seu livro, cujo título original é Deus Existe: Como o ateu mais famoso do mundo mudou de ideias (Nova York: Harper One, 2007), Flew não só desenvolve os seus próprios argumentos sobre a existência de Deus, mas argumenta contra as opiniões de importantes cientistas e filósofos sobre a questão de Deus.A sua investigação levou-o a examinar, entre outros, os trabalhos críticos de David Hume sobre o princípio da causalidade e os argumentos de cientistas de renome, como Richard Dawkins, Paul Davies e Stephen Hawking. Outro dos pensamentos sobre Deus que tomou como referência foi o de Albert Einstein, já que, ao contrário do que afirmam ateus como Dawkins, Einstein foi claramente crente."Inteligência criadora" – O que levou Flew a mudar tão radicalmente o seu conceito de Deus? Ele explica que a principal razão decorre das recentes investigações científicas sobre a origem da vida; uma investigação que mostra a existência de uma "inteligência criadora". Conforme expôs no simpósio realizado em 2004, a sua mudança de posição deveu-se "quase inteiramente às investigações sobre o ADN ". " Creio que o ADN tem demonstrado, devido à incrível complexidade dos mecanismos que são necessários para se gerar a vida, que tem de haver uma inteligência superior no funcionamento unitário de elementos tão extraordinariamente diferentes uns dos outros", assegura ele."É a enorme complexidade dos muitos elementos envolvidos nesse processo e a enorme subtileza dos modos que tornam possível que trabalhem juntos. Esta grande complexidade dos mecanismos que se dão na origem da vida é que me levou a acreditar na participação de uma inteligência", acrescenta Flew. Sobre a teoria de Richard Dawkins de que o chamado "gene egoísta" é responsável pela vida humana, Flew qualifica-a de “exercício supremo de mistificação popular". "Os genes, evidentemente, não podem ser egoístas ou altruístas, assim como qualquer outra entidade não consciente não pode competir com outra ou fazer escolhas.""Agora acredito que o universo foi criado por uma inteligência infinita e que as intrincadas leis do universo revelam o que os cientistas têm chamado de a Mente de Deus. Acredito que a vida e a reprodução tiveram origem numa fonte divina ", diz ele.“Três dimensões que apontam para Deus" - "Porque apoio isto, depois de ter defendido o ateísmo por mais de meio século? A resposta simples é que esta é a imagem do mundo, tal como a vejo, que emerge da ciência moderna. A ciência destaca três dimensões da natureza que apontam para Deus." "A primeira é o facto de que a natureza obedece a leis. A segunda, a existência de vida organizada de modo inteligente e dotada de propósito, que se originou a partir da matéria. A terceira é a própria existência da natureza. Mas nesta viagem não me guiei apenas pela ciência. Também me ajudou o estudo renovado dos argumentos filosóficos clássicos", assinala."A minha saída do ateísmo não foi causada por nenhum fenómeno novo, nem por um argumento em particular. De facto, nas últimas duas décadas, toda a estrutura do meu pensamento mudou. Isto foi resultado da minha avaliação contínua das evidências da natureza. Quando finalmente reconheci a existência de Deus não foi por uma mudança de paradigma, porque o meu paradigma continua", conclui ele." “Este é o meu livro" - Após a publicação do livro, choveram críticas dos seus colegas por causa da mudança efectuada, entre elas a de Mark Oppenheimer, num artigo intitulado A Mudança De Um Ateu. Oppenheimer caracteriza Flew como um velho senil que é manipulado e explorado pelos cristãos evangélicos para os seus próprios propósitos. Além disso, acusa-o de ter assinado um livro que nunca escreveu. No entanto, Flew, de 86 anos de idade, responde de forma conclusiva: "O meu nome está no livro e representa exactamente a minha opinião. Não permito a publicação de um livro com o meu nome com o qual não esteja cem por cento de acordo." "Eu precisava de alguém para o escrever porque eu tenho 84 anos”', disse ele.


- in www.ucbportugal.pt

19 novembro 2009

A vida é como experimentar roupa nova (Life is Dress Rehearsal)



As pessoas perguntam-me: Qual é o propósito da vida? E eu respondo: Resumidamente a vida é a preparação para a eternidade. Não fomos feitos para durar para sempre e Deus quer-nos junto a Ele no Céu. Um dia o meu coração vai parar e isso será o fim do meu corpo – mas não o meu fim. Posso viver de 60 a 100 anos na terra mas vou passar trilhões de anos na eternidade. Isto aqui é só o “aquecimento” – a prova da roupa nova. Deus quer que ensaiemos na terra o que faremos para sempre na eternidade.

Fomos feitos por Deus e para Deus e até chegarmos a esta conclusão a vida não fará sentido. A vida é um conjunto de problemas. Ou estás no meio de um, ou a sair de outro ou preparado para enfrentar um novo. A razão para isto é que Deus está mais interessado no teu carácter do que no teu conforto. Deus está mais interessado em tornar a tua vida santa do que em tornar a tua vida feliz. Podemos ser razoavelmente felizes aqui na terra mas esse não é o objectivo da vida. O objectivo é crescer em carácter, crescer à imagem de Cristo.

O último ano foi o melhor da minha vida mas também o mais duro, com a minha mulher Kay doente com cancro. Eu costumava pensar que a vida era montes e vales – atravessamos um tempo difícil, depois subimos ao cume da montanha, uma e outra vez consecutivamente. Já não acredito mais nisso. Mais do que a vida ser montes e vales, creio hoje que é mais como dois carris paralelos de caminho de ferro e temos sempre algo bom e algo mau na nossa vida. Não importa quantas boas coisas tens na tua vida há sempre algo de mau que precisa ser trabalhado. E não importa como as coisas más estão na tua vida pois há sempre coisas boas pelas quais agradecer a Deus. Se te concentras nos teus problemas estás a caminho do egocentrismo que é o meu problema, os meus assuntos, a minha dor.

Uma das formas mais fáceis de nos livrarmos da dor é descentrarmo-nos de nós próprios e focarmos a atenção em Deus e nos outros. Descobrimos rapidamente que apesar das orações de centenas de milhares de pessoas, Deus não iria curar Kay ou aliviar o seu sofrimento. Foi muito difícil para ela mas, no entanto, Deus fortaleceu o seu carácter, deu-lhe um ministério de ajuda aos outros, deu-lhe um testemunho, conduziu-a mais próximo d’Ele e das pessoas. Temos que saber lidar com tanto o bom como o mau da vida.

Na realidade, por vezes aprender a lidar com o bom é mais difícil. Por exemplo, este passado ano, repentinamente, quando o livro (“Uma vida com propósitos”) vendeu 15 milhões de cópias, enriqueceu-me rapidamente. Também me trouxe uma notoriedade com a qual nunca tinha lidado. Não acho que Deus dê dinheiro ou notoriedade com intenção de aumentar o teu ego ou para te facilitar a vida. Então eu comecei a perguntar a Deus o que Ele queria que eu fizesse com este dinheiro, notoriedade e influência. Ele deu-me duas passagens que me ajudaram a decidir o que fazer: 2 Coríntios 9 e Salmo 72. Primeiro, apesar de todo o dinheiro a entrar, não mudamos nem um pouco a nossa vida. Não fizemos grandes aquisições. Em segundo lugar, em meados do ano passado, deixei de receber salário da igreja. Em terceiro lugar, lançamos os fundamentos da criação de uma iniciativa que chamamos O Plano de Paz para estabelecer igrejas, treinar líderes, ajudar os pobres, assistir doentes, e educar a próxima geração. Em quarto lugar, juntei a quantia que a igreja me pagou nos 24 anos desde a sua fundação e devolvi esse montante. Foi libertador ser capaz de servir a Deus gratuitamente.

Precisamos perguntar a nós próprios: Vou viver para os bens materiais? Popularidade? Vou ser guiado por pressões? Culpa? Amargura? Materialismo? Ou vou ser guiado pelos propósitos de Deus (para a minha vida)? Quando me levanto de manhã, sento-me na beira da minha cama e digo: Deus, se não conseguir fazer mais nada hoje, quero conhecer-Te mais e amar-te melhor. Deus não me colocou na terra apenas para cumprir uma lista de afazeres. Ele está mais interessado no que sou do que no que faço. É por isso que somos chamados de seres humanos e não feituras humanas. Momentos felizes. LOUVA DEUS. Momentos difíceis. PROCURA DEUS. Momentos serenos. ADORA DEUS. Momentos dolorosos. CONFIA EM DEUS. Em todos os momentos AGRADECE A DEUS.

(Excerto de uma entrevista de Rick Warren, autor de “Uma vida com propósitos” -Purpose Driven Life- e Pastor da Saddlebck Church na California, a Paul Bradshaw)

07 novembro 2009

Graças, Senhor!



Graças te dou oh Pai por, como dizes na Tua Palavra - e a Tua Palavra é A Verdade - ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos.

Obrigado Senhor por me poder contar entre esses pequenos a quem concedeste a Graça imensa de poder viver momentos inimagináveis, inesquecíveis, irrepetíveis de derramamento do Teu Imenso Amor.

Louvado e Exaltado sejas para Sempre!



" -Filho, anda ver aqui este filme grego no blog do pai.

- OK! Apesar de não gostar de gregos. Não gosto de espanhóis nem de gregos. Antes era só os espanhóis mas depois do Europeu...

- Tá filhote, agora vê com atenção!

(Assim fez o João Miguel, entrecortando o visionamento com a conclusão de que agora já sabia dizer PARDAL em grego)

Passados cerca de cinco minutos e quando ainda passava o genérico final, o JOÃO MIGUEL levantou-se e deu-me o abraço mais apertado como nunca houvera dado... "

AMO-TE FILHO!!!


27 outubro 2009

CARTA ABERTA A JOSÉ SARAMAGO

(AJV)


Meu caro José,
Criatura,


Já não me surpreende que tu, e tantos outros como tu, não acreditem que eu existo ou que sou o que afirmo ser e distorçam a minha imagem e o meu carácter.
Tudo isso é banal desde aquele dia em que o vosso primeiro antecessor decidiu contrariar-me. E tudo isto acerca do teu livro sobre o filho dele, o mais velho. O Caim.

Não conseguiste perceber que só tens a capacidade de me negar porque assim te concebi, porque, criado à minha imagem e semelhança, és absolutamente livre. Mas a tua liberdade tem um preço. Ou, deixa-me dizer-te de outro modo, não podes esperar que trate do mesmo modo aqueles que me reconhecem como Criador, Sustentador e Salvador e aqueles, como tu, que decidiram negar-me, desvalorizar-me, vilipendiar o meu nome ou até, pura e simplesmente – como tu – insultar-me gratuitamente. A recompensa não é, porque não poderia ser, a mesma. Eu sou A Justiça.

Como sabes, és diferente dos outros animais que criei, dotei-te de uma razão para, supostamente, a poderes usar de uma forma útil e razoável. Mas, como também sabes, houve alguns teus contemporâneos, outros de que ouviste falar e sobre os quais leste e te informaste – eu sei disso – que usaram esse atributo que lhes ofereci para destruir, oprimir, roubar, matar, espezinhar o seu semelhante. E, alguns até, fizeram-no em meu nome. E por isso, alguns culpam-me a mim. Chama-me cruel, incentivador de carnificinas, autor moral de todos os males. Nem é necessário arguir-te a minha inocência pois esse não é o teu caso. Simplesmente porque não acreditas que eu sequer exista. E se não existo como posso ser culpado seja do que for? Nesse caso seriam os teus pares os “maus da fita” e tudo por culpa de um maldito “big bang”…

Mas tudo isto porque resolvi criar-vos à minha imagem e semelhança, livres para tudo. De outro modo não estaria rodeado de uma Criação mas de uma produção (e em série).

Mas sabes, caro José, que conheço aqueles que começaram como tu e hoje já não fogem mais de mim. Porque abdicaram um pouco do seu orgulho e reconheceram que admitir-me só os engrandecia.
E, para além disso, a minha existência é um facto quer tu creias quer tu não creias. Também há quem, ainda hoje não acredite que vós já fostes à lua ou que, qual Tomé, acredite redutoramente só no que pode tocar!

Agora, caríssimo, o que nem eu consigo entender e, de certo modo gostaria que me explicasses é como é que tu, um escritor galardoado com o Prémio Nobel da Literatura, e como tal dotado de um quociente de inteligência superior à media global perdes tanto tempo com alguém como eu que, na tua douta decisão, não existe.
Será que perder tempo com algo ou alguém que não existe, ou seja, com o nada, a não existência, não é sintoma de senilidade?
Como também não crês no conceito de pecado não entendes o porquê dessa degenerescência, mais ou menos usual, em fim de ciclo de vida.

Mas quero dizer-te, caro José, que a tua decrepitude não me surpreende. O teu verdadeiro problema não é a minha existência. Não consegues conviver nada bem é com a tua pequenez, o teu carácter mesquinho, o teres crido toda a tua vida num sistema político que provou estar absolutamente errado, não porque não fosse idealística e conceptualmente belo, mas porque assenta na premissa absoluta e comprovadamente falsa da bondade da natureza humana. E perguntas-me, mas se tu te dizes bom nós também o seríamos se feitos à tua semelhança? É verdade. E como tal vos criei. Mas os pais do teu Caim resolveram querer saber tanto como eu, querer ser auto-suficientes, provar que não precisavam de mim. E sabes qual foi o resultado? O primeiro de todos os resultados? Um filho com carácter ganacioso e assassino. Um hipócrita cultor da falsidade, uma personalidade distorcida. E sabes muito bem de quem falo. Do “teu” Caim. E vou até revelar-te um segredo: sabes porque desprezei o seu sacrifício? Porque não sou como tu. Porque tu só crês e valorizas o que vês à tua frente. Eu valorizo as intenções do coração.

José,

Mesmo sem acreditares em mim (e há quem diga que nas evidências não se acredita, simplesmente não se negam!) mesmo sem atribuíres qualquer valor ao que penso ou faço, quero dizer-te, mesmo assim, que como a qualquer outro elemento da minha Criação que como a qualquer outra ser humano me deu o maior prazer criar-te e por esse facto mesmo é que enviei o meu amado Filho, o meu único, para dar a sua vida por amor de ti, para dar sentido à tua existência. E um sentido profundo. Porque, quer creias, queiras ou não, sinto por ti o mesmo que sinto por todos os que me aceitam e pelos que, como tu, me negam e rejeitam: EU, TEU CRIADOR E SUSTENTADOR, PROVIDENCIADOR DA TUA SALVAÇÃO, AMO-TE, José Saramago!




Yaweh


06 outubro 2009

CONVITE

“CICLO DE CONFERÊNCIAS”
Integrado nas celebrações do 40º
Aniversário da I Igreja Evangélica Baptista
Rua Soares dos Reis, 41 V. N. Gaia

· A História dos cristãos baptistas
O que nos distingue e identifica
10 Out. Sáb. 16 h

· A Influência dos cristãos baptistas no mundo pós- moderno – 17 Out. sáb. 16 H

· testemunho e evangelização
Abrindo as portas à comunidade
25 Out. Dom. 11 e 18 H

Bem vindo!

29 setembro 2009

Assim diz o SENHOR que te criou, e te formou desde o ventre, e que te ajudará: Não temas...
-Isaías 44:2


05 setembro 2009

Fobias



[Na minha qualidade de trabalhador do IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P. (e ex-sindicalista) não posso deixar de partilhar um texto que encontrei num outro forum.

Porque é uma reflexão. E, acima de tudo, porque é convicta... e partilhada...]



SENTA, DEITA, ROLA, FAZ DE MORTO

Ontem foi dia de PIB. Hoje é dia de Desemprego. Para começo de conversa, é incrível como um inscrito no IEFP, que nem sequer beneficia de qualquer subsídio, receba uma carta que é, além de um monumento ao Mau Português, uma servil forma de varrer desempregados das estatísticas e assim suavizar o seu número real. É assim que se chuta gente para canto e se varre gente para debaixo do tapete das políticas por incúria. São políticas erradas e desumanas com as quais se trata mal pessoas comuns e concretas lá, onde há todo o zelo para com a Banca e muito mais zelo para com as MegaEmpresas cuja gratidão com Cargos é infinita para políticos amiguinhos. Há uma máfia de ladrões no Poder em Portugal, capaz de tudo, de pisotear toda a gente, para parecer bem na fotografia política imediata e não se lhes pode perdoar isso, votando nos mesmos aselhas que governam com o melhor lado e a melhor pose, bem longe da realidade. A esses, muitas vezes as estatísticas são o cão treinado, obediente, que senta, deita, rola, faz de morto, na hora eleitoral. A carta do IEFP é esta: «Na sequência da sua inscrição para emprego, informamos que ainda não nos foi possível satisfazer o seu pedido de emprego. Se continuar interessado, queira devolver-nos este postal devidamente preenchido, no prazo de dez dias a contar da data do correio. Se não responder procedemos à anulação da sua inscrição [no IEFP].» Tal sanha de limpar estatísticas e as que o INE hoje actualiza e divulga dão conta da miséria imparável, em honra da qual o Ainda-PM gastou 1000 euros/dia nas suas férias solidárias com os portugueses na magnífica ilha espanhola de Menorca. Há manifestamente um problema grave em Portugal que faz um Ainda-PM, esse Sócrates Maneirento, ter um Completo Orgasmo Propagandesco por causa de 0,3% de crescimento do PIB num trimestre e, calando fundo, não fazer a mais pequenina ideia de como activar o emprego [certas empresas quanto maiores são, menos empregam, Continente e Jumbo têm, como Caixas, Máquinas em vez de funcionários, o que em tempos destes é ultra-repugnante] ou, pelo menos, minimizar o impacto de ele-desemprego nas vidas de mais de meio milhão de portugueses, hoje sem o escape da Agricultura Desmantelada pela mediocridade dos políticos, hoje sem alternativas, hoje sem oportunidades e sem esperança, a não ser fora de Portugal, para onde se pode ir abandonando mulher, abandonando filhos, retomando o velho fio condutor antigo, as velhas rupturas. Ancestral música miserável do costume: «A taxa de desemprego atingiu os 9,1 por cento no segundo trimestre deste ano. O Instituto Nacional de Estatística (INE) revela que há, em Portugal, 507 mil pessoas sem emprego.»

in PALAVROSSAVRVS REX (http://joshuaquim7.blogspot.com/)

Sexta-feira, Agosto 14, 2009

02 setembro 2009

"Como é que podemos, no contexto das nossas profissões, traduzir a mensagem do reino de Deus? A chave é esta: todos os seres humanos foram criados à imagem e semelhança de Deus. E isso não é apenas um facto, é uma vocação. Significa que todos são chamados a reflectir nas suas profissões as faculdades criativas e redentoras do amor de Deus. Significa também que todos fomos criados para os relacionamentos, mordomia, adoração. No fundo, todos temos a chamada a adorar, e, de muitas formas, a actividade humana demonstra essa busca pelo encontro com “algo maior”, um envolvimento numa história que transcenda a sua própria história.

Mas temos escolhido adorar outros deuses, e nesse processo de deificação de outros deuses, começamos a reflectir uma imagem distorcida da nossa humanidade.

Corrompemos a chamada para a mordomia pela busca do poder, tratando a criação de Deus como algo descartável, que se pode usar e abusar.

Corrompemos a chamada para a construção de relacionamentos belos, curadores e criativos, em relacionamentos marcados pelo abuso e exploração.

Marx, Nietzsche e Freud descrevem um mundo caído, no qual o dinheiro, o poder e o sexo, se tornaram deuses, distorcendo os relacionamentos, a mordomia e a adoração.

A nossa chamada como cristãos é a de proclamar e demonstrar que é possível restaurar, em Cristo, a humanidade. Anunciar redenção num mundo que descobriu a sua queda; anunciar a cura num mundo que descobriu a dor; proclamar amor e confiança num mundo que conhece de forma avassaladora a exploração, o medo e a desconfiança."

NT Wright

17 agosto 2009

Coerência

clique no título para ler a entrevista completa

(...)

Qual é a sua relação com a morte? Sente que vive este tempo em desconto?

Sou cristão e nisso não tenho angústia nenhuma. A morte é uma passagem para outra vida. Nesse sentido até me choca um bocadinho que nas missas de corpo presente, nesses momentos que são imediatamente dolorosos, não haver a ideia da Acção de Graças. Mesmo os cristãos vêem só o lado da separação física, em vez de darem graças por se ter aberto uma nova vida, que no fundo é o que nós andamos a fazer aqui. Andamos por aqui em peregrinação, o tal rally paper para essa outra vida. E quando chega a morte as pessoas pensam como se a sua fé não fizesse sentido nenhum. Ora se a fé faz sentido, então a morte tem de ser lida à luz dessa fé.

(...)

- excerto da entrevista de Laurinda Alves ao prof. Marcelo Rebelo de Sousa in jornal i nº87 (15/16 Agosto 2009)

(negrito nosso)

12 agosto 2009

A SENTENÇA



“No ano dezenove de TIBERIUS CESAR, Imperador Romano de todo o mundo. Monarca invencível na olimpíada cento e vinte... sob o regimento e governador da cidade de Jerusalém, Presidente Gratíssimo, PONCIUS PILATUS. Regente na baixa Galiléia. HERODES ANTIPAS. Pontífice sumo sacerdote, CAIFÁS, magnos do Templo, ALIS ALMAEL, ROBAS ACASEL, FRANCHINO CENTAURO. Cônsules romanos da cidade de Jerusalém, QUINTUS CORNELIUS SUBLIME E SIXTUS RUSTUS, no mês de março e dia XXV do ano presente – EU, PONCIUS PILATUS, aqui presidente do Império Romano, dentro do palácio e arqui-residente, julgo, condeno e sentencio à morte, Jesus, chamado pela plebe – CRISTO NAZARENO – e Galileu de nação, homem sedicioso, contra a Lei Mosaica – contrário ao grande Imperador TIBERIUS CESAR. Determino e ordeno por esta, que se lhe dê morte na cruz, sendo pregado com cravos como todos os réus, porque carregando e ajuntando homens, ricos e pobres, não tem cessado de promover tumultos por toda Galiléia, dizendo-se filho de DEUS E REI DE ISRAEL, ameaçando com a ruína de Jerusalém e do Sacro Templo, negando os tributos a César, tendo ainda o atrevimento de entrar com ramos e em triunfo, com grande parte da plebe, dentro da cidade de Jerusalém. Que seja ligado e açoitado e que seja vestido de púrpura e coroado de alguns espinhos, com a própria cruz nos ombros, para que sirva de exemplo a todos os malfeitores, e que, juntamente com ele, sejam conduzidos dois ladrões homicidas; saindo logo pela porta sagrada, hoje ANTONIANA, e que se conduza JESUS ao Monte Público da justiça chamado de CALVÁRIO, onde, crucificado e morto, ficará seu corpo na cruz, como espectáculo para todos os malfeitores e que sobre a cruz se ponha, em diversas línguas, este título: JESUS NAZARENUS, REX JUDEORUN. Mando, também, que nenhuma pessoa de qualquer estado ou condição se atreva, temerariamente, a impedir a justiça por mim mandada, administrada e executada com todo rigor, segundo os Decretos e Leis Romanos, sob pena de rebelião contra o Imperador Romano. Testemunhas da nossa sentença: Pelas doze tribos de Israel: RABIM DANIEL, RABIM JOAQUIM BANICAR, BANBASU, LARÉ PETUCULANI. Pelos fariseus: BULLIENIEL, SIMEÃO, RANOL, BABBINE, MANDOANI, BANCUR FOSSI. Pelo Império Romano: LUCIUS EXTILUS E AMACIUS CHILCIUS.”


- Poncius Pilatus

31 julho 2009

"A ferramenta do silêncio
é o estandarte dos fortes"
Augusto Cury
in O Mestre da Vida

20 julho 2009

E a minha alma se alegrará no SENHOR; alegrar-se-á na sua salvação


Salmo 35:9

14 julho 2009

O MEU SALMO



Senhor,
Tu me sondas e me conheces
Ainda antes de ser gerado
Já Tu, oh Deus, me conhecias
Me amavas
Já havias enviado
Teu amado Filho
Para morrer em meu lugar
Para limpar o pecado
Em que fui gerado
E que percorreu a minha vida
Mas Tu, Senhor
Na Tua infinita Misericórdia
Nada disso tiveste em conta
Como glória da Tua criação
Fizeste tudo para me resgatar
E me trazer de volta
Mostrando-me claramente
Quão importante sou
Aos Teus olhos
E é por esse amor sem igual
Que desde sempre me dispensaste
E que também

Se chamou
José
Se chamou
Júlia
Se chama
Iria
Se chama
João Pedro
Se chama
João Miguel
Se chama
Albina
Se chama
Amizade
E se chama
Acima de tudo

JESUS CRISTO

Que renovas em cada gesto
De carinho, de ternura
De solidariedade
De AMOR
Obrigado Senhor!
Obrigado pela presença
Obrigado pela certeza
Da tua salvação
Pela bendita segurança
De que quando soar a chamada
Lá estarei
Para te encontrar
Para enfim ver-Te
Para poder conhecer-Te
Como sou conhecido
Na Glória que preparaste
Desde a fundação do mundo
Para aqueles que amaste
Apesar do seu pecado
Apesar do MEU pecado
Lá estarei!


Pelos 50 ANOS passados
Obrigado Senhor

Pelo tempo que possa ainda
A Tua Graça me conceder
O privilégio de Te servir

Pela eternidade Contigo
Obrigado, meu Salvador
e Senhor!


14 de Julho de 1959 - 14 de Julho de 2009
Teu filho,
Abel José

26 junho 2009



Após uns casos dispersos em Portugal, a minha experiência profissional com casais iniciou-se num meio sombrio, de características pouco propícias à construção da relação. Foi na prisão, na ilha de Coloane, em Macau. Ali tive ocasião de observar o desmoronar de muitos casamentos. Contudo, também encontrei casais capazes de uma resiliência e uma perseverança de anos, ele detido e ela em liberdade, que fazem do caminhar da sua relação, quantas vezes áspero porém conseguido, um autêntico monumento ao amor.
É por esta experiência que inicio o meu primeiro livro, agora editado. Trago-vos a história verdadeira do Luís e da Ana (nomes fictícios) e, a partir dela, iniciamos um percurso, em busca de intimidade, ao longo de 120 páginas. Trata-se de um livro cristão, escrito também com o propósito de constituir uma leitura agradável e acessível mesmo para casais não evangélicos.
Sentirei cumprido o seu objectivo se, pela fidelidade de Deus, for instrumento que promova intimidade em casais, que conduza a um sabor renovado de tudo aquilo que um casamento tem para oferecer.
De Volta à Intimidade é o nome deste livro e está disponível em algumas livrarias evangélicas. Poderão ainda adquiri-lo directa e rapidamente contactando-nos para este
e-mail [mulhercriativa@gmail.com] ou pelo tlm: 917 339 610.
Regozijo-me convosco por ter concretizado este projecto e sinto-me muito grata por todas as palavras de apreço e encorajamento já recebidos dos primeiros leitores. Em anexo, poderão visualizar o cartaz de apresentação.

Saudações cordiais, no Amor de Cristo,

Bertina Coias Tomé



18 junho 2009

Uma fé que pensa, uma razão que crê

gbu






encontro fé e trabalho - 20 junho 2009




O GBU organiza, em parceria com a organização Tent e com a Igreja Baptista Vida Nova, o Encontro Fé e Trabalho, no dia em que lançará o livro do autor Mark Greene “Segunda-Feira! Graças a Deus!”
O Encontro tem também o apoio da Rede Fé e Trabalho da Assessoria de Missões da Aliança Evangélica Portuguesa.
Terá lugar na Quinta da Estrangeira, situada no Rio de Mouro Velho, Sintra.O Trabalho é importante. Trabalhar é a primeira actividade que Deus criou para o Homem - em comunhão com Ele, em parceria com Ele e com outros. Um dos principais objectivos de Deus para o Trabalho é tornar este mundo um lugar melhor para para que toda a criação de Deus floresça e se desenvolva - para a Sua glória. E isto aplica-se, quer o trabalho seja realizado em casa, numa escola, num escritório, numa fábrica, no campoou numa igreja. O Trabalho é um dos espaços de vida básicos para o discipulado cristão - buscar primeiro o Seu Reino, fazer um bom trabalho na Sua força, abençoando os colegas, clientes e fornecedores, contribuindo para tornar os locais de trabalho bons locais de vivência humana.






16 junho 2009

convicção minha


Muita gente anda preocupada com


que planeta vamos deixar aos nossos filhos?

É muito importante!

Mas não é menos importante e poucos são os que se preocupam com


que filhos vamos deixar ao nosso planeta?

04 junho 2009

Uma excelente proposta a norte



CONFERÊNCIA


“A HISTÓRIA DOS BAPTISTAS”

por

Paulo Pascoal
(Director do Seminário Teológico Baptista)

Data – Sábado, 6 de Junho, às 16 h
Local – Igreja Evangélica Baptista
R. Soares dos Reis, 41, V. N. Gaia

Uma excelente proposta a sul



Será que o evangelho deve ser vivido no sossego das igrejas e das escolas teológicas ou deve, por outro lado, ser trazido para a sociedade e contribuir para a educação, para a economia, para a cultura, para a política?

O evangelho é uma mensagem integral ou parcial?

Achamos que vale a pena pensar sobre isto e falar da «contribuição da religião para a coisa pública». Por isso, convidamo-lo a participar no colóquio subordinado a este mesmo tema, a levar a efeito na Universidade Lusófona, dia 9 de Junho às 15:00h.

Os oradores são o Mestre Paulo Pinto, Prof. Dr. Eduardo Franco e Mestre Brissos Lino. O moderador será o Dr. Joaquim Franco, jornalista da SIC.

A não perder. Entrada livre.


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02 junho 2009

PARABÉNS FILHO QUERIDO!







Carta aberta ao meu filho

Meu querido João,
Vieste transformar a minha vida numa primavera renovada, trazendo contigo o perfume da felicidade.
Esperava-te há muito com a ansiedade própria de quem deseja sem saber como alcançar.
Chegaste e a minha vida mudou! Tudo se tornou mais belo. Renasci ao ver-te e mergulhei num mar de alegria que ainda agora não sei explicar.
Mas, acima de tudo, agradeço ao Criador que te pôs em meus braços confiando-me a tarefa difícil, mas grata, de te conduzir na estrada que te indica o Caminho que é também a Verdade e será a tua Vida.
De encontro a Quem te entregou nesta casa que sempre será tua : o coração de teu pai!

Amo-te, meu filho!
Parabéns!
02 de Junho de 1999

Abel José de Paiva Figueiredo Varandas

25 maio 2009

Minha Prece pela Paz

Ricardo Gondim

Meu Deus, quanto furor. Não entendo como narinas resfolegam iras em teu nome. Já se horrorizou tanto pelo Nazareno. Vendeu-se, comprou-se, escravizou-se, lucrou-se. Contudo, não me acostumo que alguém alegue tua defesa para assassinar. Teu Filho não veio para roubar e destruir. Ele foi profeta da paz. Ninguém tem o direito de matar com o intuito de gerar vida. A humanidade precisa resistir a violência enquanto aguarda pela alvorada do Reino.

Por que alguns se sentem convocados a te defender? Por que necessitam de armas para te advogar? Será que te transformaram numa ideia? Se te considerarem substantivo abstracto, conviverão com um deus menor que um ídolo. Sei que não permitirás te confinarem nos limites de um conceito. Eles não conseguirão te diminuírem do tamanho de um incitador de luta sangrenta.

Rogo-te pelos que projectam sua imagem narcisista em ti.
Peço-te pelos que se fiam no teu furor e justificam uma índole perversa.
Ajoelho-me pelos medíocres que tentam te cooptar como parceiro.
Penitencio-me pelos que acreditaram nos generais que jogam bombas em crianças.

Altíssimo,

Transforma as arenas em prado;
As trincheiras em hortas;
Os tanques em tractores;
Os brados de guerra em canções de ninar.

Refresca a lembrança do justo com o que lhe pode dar esperança;
Ressuscita os sonhos mortos precocemente no coração do jovem;
Reescreve em tábuas de carne a utopia do cordeiro e o leão pastando na relva;
Pára o sol da justiça no meridiano e promove a cura das nações.

Peço-te por Jesus de Nazaré,

Amém.

Soli Deo Gloria

19 maio 2009

AMAZING GRACE


Filme “Amazing Grace” estreia em Portugal

Quando a fé em Cristo se torna visível na vida pública

Estreia a 21 de Maio nos cinemas


Quando o comércio de escravos era aceite como uma necessidade para a economia, William Wilberforce, um jovem crente, membro do Parlamento Inglês, e seus companheiros, ousaram falar contra esta infâmia, lutando duramente e com perseverança pela liberdade de todos os seres humanos, igualmente criados por Deus. O filme Amazing Grace, de Michael Apted, uma produção da Walden Media, relata esta história de fé, agora com duzentos anos e da qual haveria de resultar a abolição do comércio de escravos, pelo Parlamento Inglês, em 1807.

A história de Wilberforce e seus amigos é uma evidência de como a fé genuína em Cristo se torna visível em domínios específicos da vida pública.

O filme foi agora anunciado para estrear em Portugal em 21 de Maio de 2009. O site oficial (http://www.amazinggracemovie.com/) inclui recursos educativos para usar com o filme. Para mais informação sobre a vida de William Wilberforce pesquisar “Amazing Grace” em: http://www.aspec.pt/pt/content/view/588/1/; http://www.portalevangelico.pt/

-- Fernando Ascenso

13 maio 2009

Fé também é dúvida



“E conhecerão a verdade e a verdade os libertará”. João 8.32

Vivo inquieto; reconheço minhas dúvidas. Sinto que as respostas estereotipadas, e supostamente hegemonicas da religião, perdem fôlego dentro de mim. Ávido por saber, leio o que se escreve sobre Deus, sobre a saga humana e sobre a estupidez das lágrimas de crianças que morrem de forma ainda mais estúpida pelo mundo. O meu labor pessoal e minha busca frenética de entender os porquês, repousam sobre alguns pressupostos.

Creio na realidade transcendental bem como em nossa capacidade, divinamente inspirada, de nos revoltar contra as tragédias e de acolher a felicidade que nos sobrevêm indiscriminadamente. Acredito que fomos dotados da coragem virtuosa de questionar e que podemos distinguir a verdade da realidade. Aceito a tradição aristotélica de que a verdade é, muitas vezes, um processo de adequação da nossa razão às coisas. Assim, entendo que precisamos nos rebelar contra toda forma de dominação. Repulso os que ousam negar a sede transcendental na humanidade. Confio no ideal libertário que mobiliza os construtores da história.

Creio que não devo amansar-me amedrontado pelo dogmatismo religioso que promove estagnação. Não espero achar-me, um dia, petrificado pelas conclusões alheias. Odeio imaginar que, por temer o novo, virarei um fanático intransigente e arrogante.

Creio que não posso acolher a idéia de ser mais um elo na longa sucessão dos pensadores cristãos que apequenaram o conhecimento de Deus. A teologia já se submeteu como vassala ideológica dos poderosos. Assim, rejeito essa teologia ilusória que se presta à manutenção de privilégios e obscurecimento da razão.

Creio que preciso afastar-me da mentalidade de gueto dos evangélicos. Porém, meu distanciamento deve almejar uma maior aproximação com a vida. Creio na possibilidade de recuperar a paixão pela vida, transformar a existência numa aventura empolgante e reconquistar os processos que se perderam pela inércia das doutrinas prontas.

Creio que Deus quer nos ver desenvolvendo uma fé impregnada de responsabilidade. Permaneço convicto de que Ele deseja nos ajudar a ser responsáveis, responder por nossos atos e não fugir de suas conseqüências. Concordo com o pensador existencialista Gabriel Marcel que afirmou: “O homem livre é o que pode prometer e pode trair”. Sigo convicto de que o pensamento teológico deve nos manter cientes de que a transgressão da lei é sempre possível, mesmo a não codificada, mas que nós mesmos escolhemos respeitar.

Creio que não posso alicerçar minhas convicções unicamente sobre o senso comum. Rejeitarei os cabrestos impostos pela tradição e pelo fundamentalismo acrítico. Quero manter viva dentro de mim a chama da Reforma Protestante que se opôs ao dogmatismo; reivindicarei a possibilidade da dúvida. Quero ser um protestante que não se apavora com a mentalidade analítica. Abdico a religião infantilizadora.

Sinto-me crescentemente estranho àqueles que se contentam em repetir as conclusões dos outros. Reconheço-os como profetas patéticos; esforçados em impedir que usemos nossa mente para evitar a alienação. Aceito os argumentos filosóficos de Maria Lúcia Aranha de que o uso da palavra alienação representa um perigo em todos os sentidos: “No sentido jurídico, perde-se a posse de um bem; para a psiquiatria, o alienado mental é aquele que perde a dimensão de si na relação com os outros; pela idolatria, perde-se a autonomia; segundo a concepção de Rousseau, povo não deve perder o poder; a pessoa alienada perde a compreensão do mundo em que vive e torna-se alheia a segmentos importantes da realidade em que se acha inserida”.

Creio em minha vocação e eleição cristãs, portanto, não me acomodarei ao imobilismo reacionário “alojado na comodidade das verdades absolutas”. Ouço na revelação bíblica o convite para perseguir o infinito, lá onde nunca se perde o espanto. Portanto, não evitarei maravilhar-me diante do Mistério, único jeito para ser livre.

Soli Deo Gloria.

-Ricardo Gondim

22 abril 2009

FÉS E AFINIDADES


Na edição nº 256 da Revista SÁBADO do passado dia 26 de Março sob o título “Porque é que Deus nunca cura amputados?” é publicada uma entrevista (de Vera Moura) com Michael Shermer, director da revista Skeptic e que terá dedicado a sua vida a acabar com crenças, mitos e superstições e dirige uma organização de cépticos.

No mesmo dia na edição nº 838 da revista VISÃO é publicada uma outra entrevista com Michel Onfray, filósofo francês autor do Tratado de Ateologia, a propósito da sua passagem por Lisboa para apresentar a sua nova obra A Potência de Existir – Manifesto Hedonista, sob a epígrafe “Só num mundo sem Deus é que o Homem pode ser livre” e da autoria de Emília Caetano.

A 14 de Março havia sido publicada a crónica de opinião “O ateu cristão rejubila” de Joel Neto na NOTÍCIAS SÁBADO e que originou a minha reacção de indignação publicada neste espaço.

O que tem em comum estes três textos?

À primeira vista, para além de exercícios legítimos de cepticismo inconsequente, orientados por uma perspectiva hedonistico-agnóstico-ateísta nada parece unir estes tribunos. Mas se reparamos atentamente há uma linha comum nos três textos referidos.

Joel Neto reconheceu, sem dificuldade, a influência de uma infância negativamente marcante quanto às respostas torpes às suas perguntas legítimas de criança e adolescente curioso. Não superou o trauma e hoje apelida os “coitadinhos” dos criacionistas de mentecaptos.

Michel Onfray depois de afirmar “Ora, se Deus não existe, como acredito,(negrito nosso) não é preciso uma moral fundada em termos de eternidade(…)”, também vem a admitir “(…)É verdade que me batiam, que fui deixado pela minha mãe num orfanato aos 10 anos(…)Sei o que é a dor, o sofrimento, a infelicidade, a brutalidade. É a minha forma de dizer “nunca mais quero isso, acabou-se a dor” (sic)

Não há nada que não tenha explicação…

Por sua vez, M. Shermer depois de afirmar “Não há provas para quase todas as coisas em que a maioria das pessoas acredita.” (Pois não. E depois?) vem a admitir no final da entrevista: “Sou uma pessoa que acredita na ciência.”(negrito nosso). Relembro que este senhor dedicou a sua vida a acabar com crenças…

Afinal, tudo se resumirá mesmo a uma questão de fé!

A recente campanha ateísta “Provavelmente Deus não existe” parte de uma mera probabilidade.
Para o cristão “A fé é a firme certeza das coisas que se esperam; é a evidência daquilo que ainda não vemos” (Hebreus 11:1, O Livro).
O cristão não está limitado pelo conhecimento empírico ou pela susceptibilidade de prova.
O cristão SABE que Deus existe. Não porque esteja provavelmente certo, não porque o possa ou queira provar.
O cristão SABE quem Deus é.
Apenas e só PORQUE O CONHECE!

- A.V.

18 março 2009

Direito de resposta

Recebido do interpelado com os meus agradecimentos.
(Apesar de não existir qualquer erro de leitura. Eu sei o que JN elogiou e foi isso, exactamente, que me indignou.)


"Caro amigo,

suponho que mereça que me chame "tonto" e "parvo", pois eu fiz o mesmo ao protestantismo. Fico-lhe grato pelo seu email. Tudo o resto nele, para além dessa acusação inicial, assenta no entanto num erro de leitura da sua parte. Eu elogiei Bento XVI por ter aceite o evolucionismo sem ter deixado de ser criacionista.

Um abraço. JN"

Acerca de um rejúbilo

ou A fé na ciência

É perfeitamente natural que ter-se nascido num qualquer enquadramento filosófico-religioso possa condicionar mas não determine necessariamente – e ainda bem – o pensamento ou o caminho a percorrer como opção para a vida. A inversa também será verdadeira, ou seja, também não é fatal que se tenha que perfilhar um pensamento oposto àquele que foi o conteúdo da educação familiar. A menos que factores patológicos interfiram ou se enverede pela lógica da contraditação gratuita e infundada.

Vem isto a propósito da crónica “Muito bons somos nós” publicada na NOTÍCIAS SÁBADO – NS de 14 de Março do corrente sob o título O ateu cristão rejubila da autoria de Joel Neto(JN).

Partilho com o cronista um enquadramento religioso familiar semelhante e uma irracionalidade comum – o sportinguismo. Ficam-se, no entanto, por aí as convergências e similitudes.

Se, e nas palavras do próprio “a esquizofrenia” valeu-lhe “uma adolescência macaca” na sequência de uns treinos intensivos de ténis ideológico e com isso deambulou entre o “tonto” e o “parvo”, já se estranha que, hoje em dia, a alguma distância dos 16 anos persista em querer evidenciar, não já só um de per si e em alternância, mas os dois epítetos em simultâneo.

Se não me é difícil conceder que uma resposta de “Porque não” só deslustra a ignorância orgulhosa de quem ostensivamente a profere, já designar o criacionismo bíblico e quem o perfilha como “tontice” ou “conto de fadas” só demonstra que JN dificilmente se libertará dos traumas da adolescência apesar de estarem disponíveis, hoje em dia e na esteira da evolução da ciência, psicoterapias mais do que adequadas ao tratamento dos sintomas que apresenta.

Aliás, invejo (e já estou a pecar!) a fé de JN. Sou um homem de fé mas temo nunca conseguir atingir nem o grão de mostarda bíblico e muito menos a fé grandiosa, capaz de (quiçá, literalmente) mover montanhas, direi eu, de quem acredita indomitamente que a não existência seja capaz de originar a existência. Que a desordem absoluta dê lugar à ordem perfeita. Que a probabilidade de, ao atirar meia dúzia de latas de tinta para uma tela, poder aparecer como resultado uma qualquer “Gioconda” ou um Cargaleiro, seja praticamente absoluta. São favas contadas.

Admitir as teses politicamente correctas de JN é, para o próprio, “permeabilidade à razão”. Achar que os criacionistas são seres inferiores ou pelo menos mentalmente insanos, como sugere, é estar IN. Nem sei como classificará JN os inúmeros cientistas – alguns de reconhecida nomeada – que por serem criacionistas talvez nem mereçam ser aquilo que efectivamente são.

Já António Aleixo proclamava que “a razão mesmo vencida não deixa de ser razão” mas esse, também, não sendo um “intelectual” certamente que não conseguiria atingir a esteira do cronista JN. E, quem sabe, se até não seria também um pobre criacionista, coitado…

Estou mesmo tentado a suplicar a JN que me oriente na sua fé inabalável de modo a dar uma arrumadela lá em casa onde, em face da desordem crónica, um big bang vinha mesmo a calhar!

O mesmo se diga da darwinista “evolução das espécies”. Falando apenas da espécie humana será que é evolução o que se assiste ao longo dos séculos com esta espécie? Andam por aí tantos Cro-Magnons …

Fará sentido ter uma fé cega naquilo que se convencionou apelidar de ciência? A ciência nunca é absoluta. Até porque o absoluto não evolui. Só enquanto forma de fé é que a ciência se torna absolutamente respeitável.

O profeta após o qual herdou o nome, augurava: “…os vossos jovens terão visões” 1
Mas o mesmo Joel também afirmou: “…todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” 2

Ter fé num Deus pessoal Soberano, Criador e sustentador de todas as coisas é o caminho que prefiro seguir. Eu e mais alguns milhões de “tadinhos”. Pode chamar-me retrógrado, antiquado, até mental ou fisicamente insano. Mas se ser o que sou me torna, na sua perspectiva, insano, prefiro manter-me assim do que partir para a vácua obscuridade da sua pretensa e infeliz sanidade.

“Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem” ou o que dizem…

Desculpe-me a franqueza, caro JN, mas é no que dá ter tido uma educação…protestante.


Abel Varandas
18 de Março de 2009



______________________________________________
1 Joel 2:28
2 Joel 2:32




09 março 2009

Conferência




A Criação, a Bíblia e a Ciência
pelo
Prof. Dr. Jónatas Machado
(professor associado da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra)

Sábado, 28 de Março de 2008
15:30 horas

Primeira Igreja Evangélica Baptista de Vila Nova de Gaia
(Rua Soares dos Reis, 41)

04 março 2009

Cristo: Leão e Cordeiro

Deus Todo-Poderoso e compassivo, nós exultamos quando refletimos em teu poderoso e misericordioso Filho, nosso Senhor, Jesus Cristo. Regozijamo-nos na força do seu poder semelhante ao de um leão e na ternura de sua mansidão semelhante à de um cordeiro. Somos fortalecidos pelo incomparável conjunto de suas qualidades excelentes, o que nos dá a certeza de que não existe ninguém como ele, e que ele não é um simples homem como tantos outros. Concede-nos, em nossa atitude arrogante de indiferença, a bênção de tremermos diante do Leão de Judá e de nos humilharmos sob sua santidade arrebatadora. E concede-nos, em nossa fragilidade e medo, a bênção de adquirirmos a coragem do Cordeiro semelhante a um leão. Oh, como necessitamos de Cristo! Abre-nos os olhos para que possamos ver a plenitude de suas qualidades excelentes. Elimina as imagens falsas e distorcidas de teu Filho que enfraquecem nossos momentos de adoração e prejudicam nossa obediência.

(John Piper, Um Homem chamado Jesus Cristo, Editora Vida, p. 34)

17 fevereiro 2009

Datas com propósitos


64
O incêndio de Roma
70
Tito destrói Jerusalém
150
Justino Mártir escreve a sua Apologia
156
O martírio de Policarpo
177
Ireneu torna-se bispo de Lião
196
Tertuliano começa a escrever livros cristãos
205
Orígenes começa a escrever
251
Cipriano escreve Unidade da igreja
270
Antão começa sua vida de eremita
312
A conversão de Constantino
325
O Concilio de Nicéia
367
A carta de Atanásio reconhece o cânon do Novo Testamento
385
O bispo Ambrosio desafia a imperatriz
387
Conversão de Agostinho
398
João Crisóstomo torna-se bispo de Constantinopla
405
Jerónimo completa a Vulgata
432
Patrício é enviado como missionário à Irlanda
451
O Concilio de Calcedonia
529
Bento de Núrsia estabelece a sua ordem monástica
563
Columba vai à Escócia como missionário
590
Gregorio I torna-se papa
664
O Sínodo de Whitby
716
Bonifácio parte para ser missionário
731
Beda, o Venerável, conclui a sua Historia eclesiástica da Inglaterra
732
A Batalha de Tours
800
Carlos Magno é coroado imperador
863
Cirilo e Metódio evangelizam os eslavos
909
Um mosteiro é estabelecido em Cluny
988
Conversão de Vladimir, príncipe da Rússia
1054
O cisma entre Oriente e Ocidente
1093
Anselmo é escolhido arcebispo de Cantuária
1095
O papa Urbano II lança a primeira Cruzada
1115
Bernardo funda o mosteiro de Claraval
1150
Fundação das universidades de Paris e de Oxford
1173
Pedro Valdo funda o movimento valdense
1206
Francisco de Assis renuncia à riqueza
1215
O IV Concilio de Latrão
1273
Tomás de Aquino completa sua Suma teológica
1321
Dante conclui A divina comédia
1378
Catarina de Sena vai a Roma para solucionar o Grande Cisma
1380
Wycliffe supervisiona a tradução da Biblia para o inglés
1415
John Hus condenado à fogueira
1456
John Gutenberg produz a primeira Bíblia impressa
1478
O estabelecimento da Inquisição espanhola
1498
Savonarola é executado
1512
Michelangelo completa a cúpula da Capela Sistina
1517
Martinho Lutero afixa As noventa e cinco teses
1523
Zuínglio lidera a Reforma na Suíça
1525
Início do movimento anabaptista
1534
O Acto de Supremacia de Henrique VII
1536
João Calvino publica As instituías da religião cristã
1540
O papa aprova os jesuítas
1545
Abertura do Concilio de Trento
1549
Cranmer produz o Livro de oração comum
1559
John Knox volta à Escócia para liderar a Reforma
1572
O massacre do Dia de São Bartolomeu
1608
John Smyth baptiza os primeiros baptistas
1611
Publicação da Versão King James da Bíblia
1620
Os peregrinos assinam o Pacto de Mayflower
1628
Comenio é expulso de sua terra natal
1646
A Confissão de fé de Westminster
1648
George Fox funda a Sociedade dos Amigos
1662
Rembrandt pinta O retorno do filho pródigo
1675
Philip Jacob Spener publica Pia desideria
1678
Publicação da obra O peregrino, de John Bunyan
1685
Nascimento de Johann Sebastian Bach e de George Frederic Handel 707
1707
Publicação da obra Hinos e cânticos espirituais, de Isaac Watts
1727
Despertamento em Herrnhut dá início ao movimento dos Irmãos Morávios
1735
Grande despertamento sob a liderança de Jonathan Edwards
1738
Conversão de John Wesley
1780
Robert Raikes dá início à escola dominical
1793
William Carey viaja para a Índia
1807
O Parlamento britânico vota a abolição do comércio de escravos
1811
Os Campbells dão início aos Discípulos de Cristo
1812
Adoniram e Ann Judson viajam para a Índia
1816
Richard Allen funda a Igreja Episcopal Metodista Africana
1817
Elizabeth Fry dá início ao ministério às mulheres encarceradas
1830
Começo dos avivamentos urbanos com Charles G. Finney
1830
John Nelson Darby ajuda a dar início à comunidade dos irmãos de Plymouth
1833
O sermão Apostasia nacional, de John Keble, dá início ao Movimento de Oxford
1854
Hudson Taylor chega à China
1854
Soren Kierkegaard publica ataques à cristandade
1854
Charles Haddon Spurgeon torna-se pastor em Londres
1855
Conversão de Dwight L. Moody
1857
David Livingstone publica Viagens missionárias
1865
William Booth funda o Exército de Salvação
1870
O papa Pio IX proclama a doutrina da infalibilidade papal
1886
Início do Movimento Estudantil Voluntário
1906
O avivamento da rua Azusa dá início ao pentecostalismo
1910
Publicação da obra Os fundamentos lança o movimento fundamentalista
1919
Publicação do Comentário da carta aos romanos, de Karl Barth
1921
Transmissão do primeiro programa cristão de rádio
1934
Cameron Townsend dá início ao Instituto de Verão de Linguística
1945
Dietrich Bonhoeffer é executado pelos nazis
1948
O Conselho Mundial de Igrejas é formado
1949
Cruzada Billy Graham em Los Angeles
1960
Início da renovação carismática moderna
1962
Início do Concilio Vaticano II
1963
Martin Luther King Jr. lidera a Marcha até Washington
1966
A igreja chinesa cresce apesar da Revolução Cultural

12 fevereiro 2009

Charles quê???


Tu, nosso Senhor e nosso Deus,
és digno de receber glória, honra e poder
porque criaste todas as coisas.
É por tua vontade que elas existem.

Apocalipse 4:11
O Livro

10 fevereiro 2009

BÍBLIA CONTRA DARWIN: NUNCA FOMOS MACACOS



Criacionistas em Portugal.
A ideia de que o 'Homo sapiens' descende de outros primatas e esses de outros animais e esses por sua vez de formas de vida mais incipientes, até ao início da vida algures há muitos mil milhões de anos, ninguém sabe como nem porquê é recusada por muito boa gente. Ora leia

Há quem não celebre 'A Origem das Espécies'

" Os protestantes não perdem uma ocasião de ter uma zanga com o mundo." Tiago Oliveira Cavaco, 31 anos, formado em Ciências da Comunicação na Universidade Nova, músico com discos editados ("Vou tendo bandas"), bloguer (de A Voz do Deserto, com subtítulo "religião e panque roque"), pai de três crianças (Maria, quatro anos, Marta, dois e Joaquim, um), cristão baptista e pregador "ainda não consagrado", diz- -se, no entanto, um criacionista brando. "Acredito naquilo em que o cristianismo ortodoxo acredita: que o mundo foi criado por Deus. Os católicos também acreditam nisso mas convivem bem com o evolucionismo, são mais preguiçosos. Nós agarramo-nos mais à Bíblia.

"De facto, num país em que, dizem as sondagens e inquéritos, a maioria das pessoas é cristã católica, o que significa que acredita num ser superior e criador, responsável por tudo o que existe e atento a tudo o que se passa, e na vida depois da morte num lugar agradável chamado paraíso ou desagradável chamado inferno ou num sítio a meio caminho chamado purgatório dependendo de um sistema de pontos relacionado com boas e más acções, o ponto de partida do criacionismo não deve surgir como algo de muito extraordinário. Afinal, ser criacionista é basicamente crer que há um deus responsável por tudo o que existe e que a Bíblia é, além da palavra revelada desse deus, também um livro de história com o guião exacto do surgimento da Terra e da vida sobre ela. Até aqui, nada de substancialmente novo, certo? A diferença fundamental reside no facto de os criacionistas considerarem que o criacionismo é uma doutrina científica.

Ao contrário do que se passa com a maioria dos católicos, porém, os criacionistas, geralmente evangélicos, negam a possibilidade da evolução das espécies tal como é ensinada na escola, nomeadamente a parte em que a humanidade descende de outros primatas e é fruto de mais de um milhão de anos de diferenciações genéticas. Os criacionistas crêem que somos todos descendentes de um casal primordial - Adão e Eva, os próprios, ele feito de barro, ela de uma costela dele - cuja criação divina ocorreu há cerca de seis mil anos, e que como esse casal, criado já adulto como se narra no livro do Génesis, foram criadas todas as outras espécies, incluindo as extintas (como os dinossáurios, cuja extinção é geralmente localizada há 65 milhões de anos).

"As pessoas vêem-nos como excêntricos", reconhece Tiago Cavaco. "Mas se esta discussão não tivesse qualquer tipo de sustentabilidade científica ela não se aguentaria. E a verdade é que ganhou espaço. Os alegados factos científicos que fundamentam a teoria da evolução são rebatidos pelos bons criacionistas." Um bom criacionista será, por exemplo, o engenheiro electrónico portuense Agostinho Santos. Sessenta e cinco anos, trinta e três livros publicados ("e mais dez no computador"), o último dos quais em Julho passado, sobre dinossáurios, mergulha na literatura científica e depois "compatibiliza-a com a Bíblia". Por exemplo, sobre os dinossáurios: "Acredito que houve dinossáurios, até porque há evidência disso, pegadas, ovos, fósseis. Há quem não acredite, mas eu acredito, apesar de a Bíblia não falar deles. E não vejo nenhuma contradição entre a Bíblia e a ciência, aliás nunca se encontrou um erro na Bíblia. Quanto ao desaparecimento deles, o que Bíblia diz é que a certa altura houve um dilúvio universal - e há vestígios disso - e sepultou muitos animais. Este dilúvio teria sido uns 4500/5000 anos antes de Cristo. E acho que depois do dilúvio houve uma alteração da temperatura da Terra.

"Para o facto de apesar de segundo o relato bíblico Noé ter construído um barco onde colocou um casal de cada animal existente na Terra, para salvar os frutos da Criação, e de portanto assim ter tido forçosamente de salvar um casal de cada tipo de dinossáurio, o que impediria a sua extinção, Agostinho Santos tem uma explicação. "Na arca de Noé as espécies ficaram como que estranguladas. Só havia um casal de cada. Imaginemos que um dos dinossáurios ao sair da arca partiu uma perna. Acabava logo ali aquela espécie." Além disso, acrescenta, "ninguém na verdade sabe o que aconteceu aos dinossáurios. Há hipóteses"...

A ideia de que as respostas fundamentais daquilo a que se chama ciência às perguntas fundamentais (que somos, por que somos, de onde vimos, de onde veio tudo, porquê) não são mais que hipóteses metafísicas, uma questão de fé como aquela que "segura" o criacionismo é afinal o fulcro da explicação do criacionismo aos não convertidos. "Creio que tanto o evolucionismo como o criacionismo são modelos: com base nas mesmas descobertas e artefactos materiais é possível construir modelos distintos. Mas não considero que se possa chegar ao livro do Génesis e fazer uma interpretação literal - não se pode dizer que é um relato científico." Samuel Pinheiro, arquitecto e secretário-geral da Aliança Evangélica Portuguesa, é um defensor da possibilidade de, como sucede em alguns estados dos EUA, o criacionismo ser ensinado nas escolas públicas paralelamente ao evolucionismo: "O evolucionismo é totalitário, quer-se impor como a única forma de compreender o mundo." Até porque, garante, "as pessoas resistem de um modo geral à ideia de que tudo surgiu por acaso, crêem que existe uma inteligência em tudo o que existe". Quando dava aulas no liceu, e quando falava disso com os seus alunos, eles concordavam. "Diziam, professor, tem razão, nós também não acreditamos que tudo tenha surgido por acidente." E conclui: "Ou tudo surgiu a partir de nada ou tudo surgiu a partir de Deus - qual destas hipóteses é a mais credível?"

Jónatas Machado, 45 anos, constitucionalista, professor na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e apontado por todos os evangélicos contactados como "o grande criacionista português", não tem dúvidas. "Quem é irracional é quem postula uma criação irracional e por acaso. Aliás, há fortes evidências científicas no sentido de uma criação ordenada. Por exemplo, a existência de leis naturais corrobora a existência de uma criação ordenada - a lei da gravidade, da biogénese, do movimentos dos planetas, são compatíveis com a ideia de uma criação inteligente. Uma outra evidência importante de criação inteligente é a quantidade inabarcável de informação que existe no genoma. Ora quando encontramos num qualquer sistema de informação codificada isso significa, alto lá, há aqui origem inteligente. E no DNA encontramos informação codificada em qualidade e densidade e quantidade que e excede a capacidade tecnológica humana, toda a capacidade da comunidade científica."

Especialista há poucos anos - "Fui em 2004 com um colega constitucionalista assistir a uma conferência do físico alemão criacionista Werner Ditt, e esse meu colega estava a ditar uma revista e queria um texto sobre criacionismo. Pediu-me 30 páginas e eu escrevi 70. A ideia era fazer um apanhado do que dizem as várias especialidades de cientistas criacionistas nas várias áreas" -, tornou-se, "quer queira quer não", a maior referência portuguesa em criacionismo: "Toda a gente me pergunta coisas e me convida para conferências." Com os seus principais textos criacionistas disponíveis na Net, no portal da Associação Evangélica Portuguesa, Machado afirma nunca se furtar ao diálogo e confronto. Sendo profundamente religioso, proclama-se também um adepto da liberdade e expressão e um inimigo de leis que condenem a blasfémia. "Gosto de debater com quem pensa diferente de mim. Ajuda-me a pensar." Ainda assim, há algo que não questiona: a existência e o porquê de Deus. "Quem não acredita em Deus tem de acreditar que tudo vem do nada. O ateu Richard Dawkins diz que o universo nasceu por acaso do nada, mas isso não é ciência, é metafísica. E mostra que o que está aqui em causa não é uma oposição entre ciência e fé, mas entre duas visões do mundo metafísicas, em função das quais toda a realidade é lida." Assim tão simples. E seja qual for a objecção encontrada, da idade das estrelas (orçada em muitos milhões de anos, quando para o criacionismo só podem ter seis mil) aos fósseis, passando pela inevitabilidade do incesto em série que estaria na base da humanidade criada a partir de um único casal, Jónatas Machado tem uma resposta. "Os criacionistas e os evolucionistas têm a mesma evidência: as mesmas rochas, os mesmos ossos, os mesmos artefactos. O que é diferente é a forma de os ver. Por exemplo, onde os evolucionistas vêem, nos genes, evidência de um ancestral comum, os criacionistas olham para os mesmos genes e vêem a evidência de um criador comum." Para resumir: "Newton dizia que ciência é uma engenharia do avesso, tentar perceber a criação de Deus da frente para trás. Pensar os pensamentos de Deus depois de Deus."


- Fernanda Câncio in Diário de Notícias, 7 de Fevereiro de 2009


09 fevereiro 2009

Peço-te duas coisas, meu Deus,
concede-me até ao fim da vida.
Afasta de mim a falsidade e a mentira
e não me faças rico nem pobre.
Dá-me apenas o necessário para viver;
porque na abundância, poderia renegar-te
e dizer que não te conheço;
na miséria, poderia roubar
e ofender assim o nome de Deus.

- in Bíblia Sagrada (BNePC)

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