25 maio 2009

Minha Prece pela Paz

Ricardo Gondim

Meu Deus, quanto furor. Não entendo como narinas resfolegam iras em teu nome. Já se horrorizou tanto pelo Nazareno. Vendeu-se, comprou-se, escravizou-se, lucrou-se. Contudo, não me acostumo que alguém alegue tua defesa para assassinar. Teu Filho não veio para roubar e destruir. Ele foi profeta da paz. Ninguém tem o direito de matar com o intuito de gerar vida. A humanidade precisa resistir a violência enquanto aguarda pela alvorada do Reino.

Por que alguns se sentem convocados a te defender? Por que necessitam de armas para te advogar? Será que te transformaram numa ideia? Se te considerarem substantivo abstracto, conviverão com um deus menor que um ídolo. Sei que não permitirás te confinarem nos limites de um conceito. Eles não conseguirão te diminuírem do tamanho de um incitador de luta sangrenta.

Rogo-te pelos que projectam sua imagem narcisista em ti.
Peço-te pelos que se fiam no teu furor e justificam uma índole perversa.
Ajoelho-me pelos medíocres que tentam te cooptar como parceiro.
Penitencio-me pelos que acreditaram nos generais que jogam bombas em crianças.

Altíssimo,

Transforma as arenas em prado;
As trincheiras em hortas;
Os tanques em tractores;
Os brados de guerra em canções de ninar.

Refresca a lembrança do justo com o que lhe pode dar esperança;
Ressuscita os sonhos mortos precocemente no coração do jovem;
Reescreve em tábuas de carne a utopia do cordeiro e o leão pastando na relva;
Pára o sol da justiça no meridiano e promove a cura das nações.

Peço-te por Jesus de Nazaré,

Amém.

Soli Deo Gloria

19 maio 2009

AMAZING GRACE


Filme “Amazing Grace” estreia em Portugal

Quando a fé em Cristo se torna visível na vida pública

Estreia a 21 de Maio nos cinemas


Quando o comércio de escravos era aceite como uma necessidade para a economia, William Wilberforce, um jovem crente, membro do Parlamento Inglês, e seus companheiros, ousaram falar contra esta infâmia, lutando duramente e com perseverança pela liberdade de todos os seres humanos, igualmente criados por Deus. O filme Amazing Grace, de Michael Apted, uma produção da Walden Media, relata esta história de fé, agora com duzentos anos e da qual haveria de resultar a abolição do comércio de escravos, pelo Parlamento Inglês, em 1807.

A história de Wilberforce e seus amigos é uma evidência de como a fé genuína em Cristo se torna visível em domínios específicos da vida pública.

O filme foi agora anunciado para estrear em Portugal em 21 de Maio de 2009. O site oficial (http://www.amazinggracemovie.com/) inclui recursos educativos para usar com o filme. Para mais informação sobre a vida de William Wilberforce pesquisar “Amazing Grace” em: http://www.aspec.pt/pt/content/view/588/1/; http://www.portalevangelico.pt/

-- Fernando Ascenso

13 maio 2009

Fé também é dúvida



“E conhecerão a verdade e a verdade os libertará”. João 8.32

Vivo inquieto; reconheço minhas dúvidas. Sinto que as respostas estereotipadas, e supostamente hegemonicas da religião, perdem fôlego dentro de mim. Ávido por saber, leio o que se escreve sobre Deus, sobre a saga humana e sobre a estupidez das lágrimas de crianças que morrem de forma ainda mais estúpida pelo mundo. O meu labor pessoal e minha busca frenética de entender os porquês, repousam sobre alguns pressupostos.

Creio na realidade transcendental bem como em nossa capacidade, divinamente inspirada, de nos revoltar contra as tragédias e de acolher a felicidade que nos sobrevêm indiscriminadamente. Acredito que fomos dotados da coragem virtuosa de questionar e que podemos distinguir a verdade da realidade. Aceito a tradição aristotélica de que a verdade é, muitas vezes, um processo de adequação da nossa razão às coisas. Assim, entendo que precisamos nos rebelar contra toda forma de dominação. Repulso os que ousam negar a sede transcendental na humanidade. Confio no ideal libertário que mobiliza os construtores da história.

Creio que não devo amansar-me amedrontado pelo dogmatismo religioso que promove estagnação. Não espero achar-me, um dia, petrificado pelas conclusões alheias. Odeio imaginar que, por temer o novo, virarei um fanático intransigente e arrogante.

Creio que não posso acolher a idéia de ser mais um elo na longa sucessão dos pensadores cristãos que apequenaram o conhecimento de Deus. A teologia já se submeteu como vassala ideológica dos poderosos. Assim, rejeito essa teologia ilusória que se presta à manutenção de privilégios e obscurecimento da razão.

Creio que preciso afastar-me da mentalidade de gueto dos evangélicos. Porém, meu distanciamento deve almejar uma maior aproximação com a vida. Creio na possibilidade de recuperar a paixão pela vida, transformar a existência numa aventura empolgante e reconquistar os processos que se perderam pela inércia das doutrinas prontas.

Creio que Deus quer nos ver desenvolvendo uma fé impregnada de responsabilidade. Permaneço convicto de que Ele deseja nos ajudar a ser responsáveis, responder por nossos atos e não fugir de suas conseqüências. Concordo com o pensador existencialista Gabriel Marcel que afirmou: “O homem livre é o que pode prometer e pode trair”. Sigo convicto de que o pensamento teológico deve nos manter cientes de que a transgressão da lei é sempre possível, mesmo a não codificada, mas que nós mesmos escolhemos respeitar.

Creio que não posso alicerçar minhas convicções unicamente sobre o senso comum. Rejeitarei os cabrestos impostos pela tradição e pelo fundamentalismo acrítico. Quero manter viva dentro de mim a chama da Reforma Protestante que se opôs ao dogmatismo; reivindicarei a possibilidade da dúvida. Quero ser um protestante que não se apavora com a mentalidade analítica. Abdico a religião infantilizadora.

Sinto-me crescentemente estranho àqueles que se contentam em repetir as conclusões dos outros. Reconheço-os como profetas patéticos; esforçados em impedir que usemos nossa mente para evitar a alienação. Aceito os argumentos filosóficos de Maria Lúcia Aranha de que o uso da palavra alienação representa um perigo em todos os sentidos: “No sentido jurídico, perde-se a posse de um bem; para a psiquiatria, o alienado mental é aquele que perde a dimensão de si na relação com os outros; pela idolatria, perde-se a autonomia; segundo a concepção de Rousseau, povo não deve perder o poder; a pessoa alienada perde a compreensão do mundo em que vive e torna-se alheia a segmentos importantes da realidade em que se acha inserida”.

Creio em minha vocação e eleição cristãs, portanto, não me acomodarei ao imobilismo reacionário “alojado na comodidade das verdades absolutas”. Ouço na revelação bíblica o convite para perseguir o infinito, lá onde nunca se perde o espanto. Portanto, não evitarei maravilhar-me diante do Mistério, único jeito para ser livre.

Soli Deo Gloria.

-Ricardo Gondim

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