Vinte e um egípcios foram decapitados por aquela organização terrorista pelo simples facto de serem cristãos. Foi apenas mais uma das suas já habituais chacinas. O mundo observa, critica, condena e...pronto.
Foi bonito de ver. Eu próprio coloquei na minha página do Facebook a capa com aquela frase. E registei com agrado tal manifestação de humanidade.
Entretanto, o IS resolve pegar em 21 cristãos ortodoxos coptas e chaciná-los pelo simples "crime" de serem cristãos. E qual a reacção no mundo ocidental? A condenação "do costume" sem que, todavia, se gerasse qualquer movimento social ou outro qualquer de indignação. É verdade que os cristãos tem vindo a ser crucificados, apedrejados, empalados, degolados e esquartejados nos mais variados requintes de sadismo assassino que a história vem registando desde o primeiro século onde as suas entranhas dilaceradas por leões famintos faziam as delícias do sanguinário Nero no Império Romano.
A verdade é que a imagem do cristão como um potencial mártir é quase uma marca genética do ser-se cristão. Mas daí à quase indiferença social perante atrocidades como as cometidas por estes assassinos vai a distância da imoralidade e da demissão dos mais basilares princípios em que foi construída a chamada sociedade ocidental impregnada de princípios judaico-cristãos.
Não podemos permitir, sob pena de cumplicidade passiva, que um auto-proclamado "Estado Islâmico" pretenda fazer com todos os que professam outros credos ou não se alinham com as suas ideias assassinas, muçulmanos incluídos(!), sejam carne para canhão e se vá assistindo a um paulatino e novo holocausto sem que nos levantemos todos e, quiçá de novo como ALIADOS, punhamos um termo, de vez, a esta vergonha colectiva e a este ensurdecedor silêncio.
Subscrevo inteiramente as palavras de Ramez Atallah, director da Sociedade Bíblica do Egipto:
"Eu creio que jamais lerei o capítulo 11 de Hebreus novamente sem que minha mente seja tomada por aquela imagem de homens vestidos com macacões laranja com seus executores mascarados, de roupa preta, atrás deles, conduzindo-os."
(ler todo o artigo aqui)
BASTA!
Por mim, ostentarei, com "orgulho cristão" parafraseando o movimento francês do passado mês de Janeiro, a seguinte tarja:
José de Paiva
2015.02.19