Alguém que explique a quem de direito que a eliminação de feriados, em si mesma, não garante nem sequer fomenta o aumento de produtividade. Eu posso estar presente mais horas, mais dias no local de trabalho e mesmo assim ser ainda menos produtivo...
Porém, com grande probabilidade “festejámos” ontem o último feriado comemorativo do 1º de Dezembro de 1640, ou seja, da chamada “Restauração da Independência”.
Para além de, pessoalmente e por não ter o mínimo orgulho em ser cidadão português, considerar esta data como o marco mais negro da nossa história pois continuo a defender que se Portugal fosse uma região/província autónoma de Espanha estaríamos todos bem melhor, julgo que se há feriado que já deveria ter sido eliminado há muito tempo atrás é este.
E passo a explicar:
Portugal é tudo menos um país independente do ponto de vista material.
Somos uma nação formalmente independente mas, como se constata à saciedade pelos inúmeros exemplos que vivemos a cada passo, material e absolutamente dependente. Desde logo da União Europeia e do balanço de poderes europeu e mundial.
Dependência que se manifesta de uma forma acrescida quando se reflecte sobre a actual e total dependência dos poderes políticos perante o poder económico-financeiro. São os mercados, as troikas, o Banco Central Europeu, O FMI e outros quejandos a ditar as regras nas chamadas democracias ocidentais.
A democracia já era.
Money Rules!
Festejar qualquer independência neste cenário torna-se um anacronismo ridículo e, como tal, dispensável.
A caminho da sociedade absolutamente desumanizada que a “civilização ocidental” conjurou e acabou por promover e vincadamente patrocina.
Abel Varandas