20 setembro 2010

A REINVENÇÃO DO PURGATÓRIO



"Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor
- Carta de Paulo aos Romanos 6:23

Fiquei atónito ao ouvir recentemente, durante a Escola Bíblica Dominical*, um destacado membro da Igreja onde congrego, declarar que, para ele, é claro que a Bíblia distingue entre pecados. Nomeadamente, no Velho Testamento – continuou – existiria diferença entre pecados que Deus “abomina” e pecados que “apenas” desagradam a Deus.
Entristeçe-me verificar que este tipo de pensamento vai perdurando nas nossas igrejas. Fico a pensar que tenho irmãos na fé que, estranhamente, ainda não entenderam completa e inequivocamente o alcance da mensagem evangélica.
Esta tese vem, claramente, de encontro à “velha e católica” distinção entre pecados “mortais” e pecados “veniais”.
A minha única razão de contido agrado quando essa afirmação foi proferida foi o facto de o exemplo bíblico apontado como sustentador dessa tese ter sido retirado em exclusivo do Velho Testamento.
Efectivamente, a lei mosaica graduava os pecados e elencava pecados maiores (peccata clamantia) e pecados menores (peccata minuta).
Esta dicotomia que consideramos aceitável no tocante aos efeitos e às consequências materiais dos pecados, merece o nosso repúdio no que à sua natureza diz respeito.

Jesus, veio para cumprir a lei. No entanto, Cristo mudou o paradigma. Toda a lei se resume, se completa, em dois grandes mandamentos (cfr. Mateus 22: 33-38).

Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio acto, adulterando. E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?” (João 8: 4,5)

O adultério era punido com a morte (cfr. Levítico 20:10). Jesus sabia disso. Ele, como Verbo, era (co-)autor da lei. A sua interpretação da lei é a única fidedigna. Por ser autêntica.
Quando lhe trouxeram a mulher apanhada em flagrante adultério, Jesus demonstrou às autoridades civis e eclesiásticas (naquele tempo estes domínios confundiam-se…e afinal a sociedade, a esse nível, não mudou assim tanto…) como para ele o pecado é pecado, PONTO FINAL!
Supostamente o adultério era um dos tais pecados que “Deus abomina” (ao contrário de outros que Deus "apenas desaprova”???!). Por isso mesmo a pena era a pena capital. Mas A suprema sabedoria d’Aquele que é AMOR, o autor da vida, do perdão, da salvação dirige uma seta de encontro ao coração daqueles pretensos “doutores”: “Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.” (João 8:7)
Para os defensores da “lista classificativa dos pecados” Jesus enganou-se. Certamente. O que Ele quereria ter dito seria: aquele de vós que está sem pecado abominável e não apenas pecado, pois isso igualaria o pecado ou os pecados o que não se coaduna com o “douto” entendimento de tais autoridades nesta matéria.
Aliás, Paulo também se terá enganado ao afirmar aos Romanos : “O salário do pecado é a morte”, pois ter-se-á esquecido de pormenorizar com rigor que tipo de pecado…

Aliviará, talvez, algumas consciências a ideia peregrina de que, permanecendo nós pecadores, só cometemos os pecados “aceitáveis” e como tal seremos pecadores sim, mas pecadores “bonzinhos” por contraponto aos “grandes” pecadores que merecem apedrejamento. Nós, pecadores mas santos, nem pensar. Só cometemos “pecadinhos” e já não “pecadões”… Já teremos atingido, quiçá, uma dimensão farisaica…

Em Lucas 18:09-14 Jesus conta-nos a parábola do fariseu e do publicano. Os publicanos (colectores de impostos, eram detestados pelos judeus e muitas das vezes envolviam-se em corrupção cobrando das pessoas além do que deveriam. Sofriam, assim, um grande repúdio da casta religiosa dos fariseus) eram, entre outros, os tais autores de pecados graves que os fariseus “santos” tanto criticavam e em relação aos quais se achavam espiritualmente (e não só) superiores. Aquele publicano só conhecia um tipo de pecado, aquele de que era feito e que estava entranhado no seu ser. Aquele pecado que só a misericórdia de Deus faz perdoar. O mesmo de que Paulo sabia ser feito (Romanos 7:18,19). Aquele pecado que, outrora abundante, fez, todavia, superabundar a GRAÇA de Deus em Jesus Cristo. (vide Romanos 5.20).

Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor.” (Romanos 5:21)

Qual pecado? Os muito graves, os graves, os menos graves? PECADO É PECADO.
O pecado é universal e indistinto do mesmo modo que a Graça. “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23:43). Não porque foste ladrão e roubar é apenas, digamos, uma "chatice"(?!), não porque os teus pecados sejam grandes ou pequenos, abomináveis ou apenas desagradáveis, mas porque apenas PELA GRAÇA SOIS SALVOS (cfr. Efésios 2:8).

Alguns pretenderão que a Graça de Deus se esgote no momento em que entregam a sua vida nas mãos do Senhor e o aceitam como único e suficiene Salvador e Senhor. Agora já acharão que podem dispensar a Graça de Deus pois estando a salvo de cometer os tais “grandes pecados” já não são só santos no sentido de separação mas também no sentido de perfeição. Mas perfeito, na minha modesta opinião, só mesmo o disparate de tal posição.

Aos olhos do nosso Deus, salário do pecado (DE TODO O PECADO INDISTINTAMENTE!) é a morte “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23).
Não sabemos qual a natureza do “espinho na carne” (cfr. 2 Cor. 12:7) de que nos deu conta o apóstolo Paulo, mas, para os defensores da distinção “pecaminosa”, se se tratasse de um pecado daqueles classificável como “abominável”, então, apesar de ter escrito cartas inspiradas por Deus, de O ter servido até á morte dedicando-se a cumprir a Grande Comissão do Mestre, Paulo, o apóstolo dos gentios, dificilmente seria aceite como membro nalgumas das actuais igrejas evangélicas…

Salomão declarou: “Estas seis coisas o SENHOR odeia, e a sétima a sua alma abomina” (Provérbios 6:16).
Reconhecendo que tenho alguma dificuldade em estabelecer a diferença entre ódio e abominação a tal sétima coisa que Deus abomina é: “o que semeia contendas entre irmãos” (Prov. 6:19 in fine) .

Por isto, também, quero exprimir àquele irmão cuja posição inspirou este texto que assimilei as palavras do Senhor em João 17:21-23 e que é na diversidade de opiniões que está, também, a riqueza da Igreja de Cristo. Deste modo, é com Amor e como mera expressão da minha interpretação do texto bíblico, que escrevo estas linhas.

Foi o mesmo Paulo que afirmou à igreja local em Corinto: “até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós.” (1 Cor. 11:19)
E estes, os sinceros, como disse O Sábio, tem intimidade com Deus. Ele só abomina o perverso. (Prov. 3:32)

Importa, contudo, não esquecer uma verdade insofismável:
Por muito jeito que desse, eventualmente, a alguns, o purgatório não existe mesmo!



Abel Varandas
2010.09.20



[*A discussão surgiu a propósito de qual seria a eventual atitude da igreja perante um candidato a membro que assumisse publicamente a sua homossexualidade ou tendência para qualquer pecado de índole sexual, em contraponto com um outro que declarasse a sua própria avareza, inveja ou propensão para a mentira. A tendência nas nossas igrejas evangélicas seria a de, certamente, acolher com mais facilidade o segundo que o primeiro. Segundo a tese dos defensores da dicotomia de classificação dos pecados, existe razão bíblica para essa atitude pois os primeiros daqueles pecados, ao contrário dos outros, integraria o elenco dos pecados “abomináveis” ao Senhor. Aos caros irmãos defensores dessa tese, e a título meramente exemplificativo da falácia, da sua argumentação, convidaria a uma leitura atenta de Provérbios 12:22]

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Nota: As referências bíblicas são da versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel da Sociedade Bíblica Brasileira disponível online em http://bibliaonline.com.br (destacados nossos).

12 setembro 2010

O castigo dos loucos é a sua própria loucura *


Micro-excerto da entrevista dada por JOHN CRAIG VENTER
(cientista que traçou o mapa do genoma humano) à Jornalista Gabriela Carelli da Revista VEJA e publicada na Revista FOCUS de 08/09/2010 sob o título "Não acredito em Deus":


" - Alguma coisa contra Deus?

- Não acredito em Deus, mas
tenho fé em Darwin, que é a inspiração para todo o meu trabalho
.(...) "

Para quem ainda tinha dúvidas de que o darwinismo não passa de uma mera religião...


"...NÃO TE FIES NA TUA PRÓPRIA INTELIGÊNCIA."
(Prov. 3:5 A Boa Nova em Português corrente)
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* Prov. 16:22 O Livro

08 setembro 2010

O EVANGELHO DA RIQUEZA por David Brooks (Jornalista)



As pessoas nos EUA não vão renunciar ao materialismo, que está no centro da sua identidade nacional. Mas o país está a redefinir os estilos de vida que são social e moralmente aceitáveis

Na primeira década do século XXI pode bem vir a ser conhecida como a grande era do espaço vital. Nesses anos, as casas novas tinham pés-direitos de 6 metros e era preciso inventar formas de arte inteiramente novas para encher os hectares extra de parede.

As pessoas compravam veículos tipo bolbo, como Hummers e Suburbans. A regra era que quanto mais pequena fosse a mulher, maior seria o carro. Daí verem-se senhoras de 40 kg, de equipamento branco de ténis a rigor, ao volante de verdadeiros camiões de quatro toneladas, com espaço suficiente acima da cabeça para poderem levar às cavalitas a parceira do jogo de pares. Quando os arqueólogos do futuro escavarem os vestígios dessa época, concluirão que algures, por volta de 1996, os EUA foram vítimas de uma onda de claustrofobia e que se arruinaram na busca de algum alívio para esse mal.

Só que essa conjuntura económica fez puf! e as normas sociais mudaram entretanto. O hipergrande parece agora vagamente ridículo. E também os valores mudaram.

Presentemente, a taxa de poupança aumentou e os publicitários inteligentes apostam na contenção e na respeitabilidade próprias das pequenas localidades. O movimento de protesto Tea Party é militantemente burguês. Recorre a meios tipo Abbie Hoffman para regressar a fins tipo Norman Rockwell.

Nos próximos anos de crescimento lento, as pessoas não deixarão de estabelecer novas normas e de procurar maneiras não económicas de encontrar significado. Uma das figuras mais interessantes desse novo esforço de redimensionamento é David Platt.

Platt obteve dois mestrados e um doutoramento no Seminário Teológico Baptista de Nova Orleães. Aos 26 anos, foi contratado para chefiar uma igreja suburbana com 4 300 pessoas em Birmingham (Alabama), tornando-se o mais jovem megadirigente religioso dos Estados Unidos e talvez da América. Platt começou a sentir-se cada vez menos à vontade no papel em que se tinha deixado enredar e escreveu sobre isso num livro recente, intitulado "Radical: Taking Back Your Faith From the American Dream", que aborda muitos dos temas que, nos últimos anos, têm vindo a circular nos 20 e tantos círculos evangélicos. O primeiro alvo de Platt é a própria mega-igreja. Nos EUA foram construídos palácios de culto de vários milhões de dólares, afirma. Estes tornaram-se como grupos empresariais, disputando quotas de mercado por meio da oferta de centros sociais, programas de cuidados infantis, entretenimento de primeira qualidade e de um cristianismo de comodidade e de grande consumo. Jesus, frisa Platt, não facilitou a vida aos seus seguidores. Criou uma mini-igreja, não um mega-empório. Hoje em dia, porém, os orçamentos das obras de construção civil são gigantescos quando comparados aos das obras de caridade e Jesus é representado como um suburbano fixe e genial. "Quando nos reunimos na nossa igreja (edifício) para cantar e erguer as mãos em oração, podemos até não estar a adorar o Jesus da Bíblia. Podemos estar, de facto, a adorar-nos a nós próprios."

A seguir, Platt visa o sonho americano. Quando os europeus começaram a instalar-se, viram a abundância natural do novo continente e chegaram a duas conclusões: poderia ser aqui concretizado o plano de Deus e poderiam chegar a ser francamente ricos enquanto O ajudavam a fazê-lo. Esta noção evoluiu para a de que temos dois chamamentos interdependentes: construir neste mundo e preparar-nos para o próximo.

A tensão entre o Bom e a Abundância, entre Deus e Mamon, tornou-se nuclear na vida dos Estados Unidos, desencadeando potentes energias e explicando o porquê de os EUA serem simultaneamente tão religiosos e tão materialistas. Aí, as pessoas são materialistas morais e espiritualistas que trabalham a materialidade. Platt pertence à tradição dos que não acreditam que estas duas esferas sejam conciliáveis. O mundo material é demasiado destruidor da alma. "O sonho americano difere radicalmente do chamamento de Jesus e da essência dos Evangelhos", defende. O sonho americano dá ênfase ao engrandecimento e crescimento pessoais. As nossas capacidades são os nossos melhores trunfos. Mas os Evangelhos rejeitam a ênfase na própria pessoa: "Na verdade, Deus gosta de exaltar a nossa incapacidade". O sonho americano privilegia a ascensão sócio-económica, mas "o êxito, no Reino de Deus, passa pelo despojamento, não pelo engrandecimento." Platt apela aos seus leitores no sentido de usarem de contenção no estilo de vida. Deve viver-se como se se ganhasse 50 000 dólares por ano e doar tudo o que for acima disso, propõe. As pessoas deveriam consagrar um ano a entregar¬se a Deus, mudar-se para África ou para uma parte do mundo vitimada pela pobreza, e evangelizar.

Os argumentos de Platt são velhos, mas surgem num momento pós-excessos, quando as atitudes para com a vida material estão desvalorizadas. O livro dele tocou um nervo sensível. O seu tomo sobre a renúncia vende-se como pãezinhos quentes. As críticas literárias são calorosas. Os leitores, em locais como a Convenção Baptista do Sul estão a apelar aos cidadãos para que renunciem ao sonho americano.

Duvido que estejamos prestes a assistir a um descartar colectivo de iPods. As pessoas nos EUA não vão renunciar ao materialismo moral que está no cerne da sua identidade nacional. Mas o país está, claramente, a redefinir que tipo de estilo de vida é social e moralmente aceitável e quais os que o não são. E pessoas como Platt são fundamentais para esse processo.

Os Estados Unidos tiveram em tempos um evangelho da riqueza: um código de contenção moldado por muita gente, desde Jonathan Edwards a Benjamin Franklin e a Andrew Carnegie. Esse código foi concebido para ajudar o país a lidar com a sua própria afluência. Desgastou-se e, nos próximos anos, será redefinido.



Exclusivo i/The New York Times

- in Jornal i de 8 de Setembro de 2010

02 setembro 2010

A aldeia dos gauleses*

(Contributo para a História de uma Aldeia)


GRAVIS MALAE CONSCIENTIAE LUX **
[Séneca, Epistulae Morales 122.14]


Era uma vez uma pequena aldeia situada a Norte da zona Sul e encravada entre o Oriente e o Ocidente do ponto onde ficava.
Rodeada de Romanos por todos os lados que tinham resolvido invadi-la e fazer dela uma ilha deserta (salvo seja).
Só que a tarefa estava a ser dificultada pelos corajosos guerreiros gauleses que não se deixavam vencer e defendiam a sua pequena aldeia como verdadeiros bravos.

Diga-se que a aldeia havia sido fundada pela carolice de meia dúzia de habitantes do Império que, fartos de ser espoliados nos seus direitos laborais, corporizaram o sonho de criar uma aldeia independente e que lutasse afincadamente por esses mesmos direitos. Liderados por um grupo de fundadores donde sobressaíam Bracarix e Belarminix coadjuvados pelo carregador do menir, Abelix.

Enquanto Bracarix foi o líder incontestado a aldeia prosperou, conseguiu promover a imigração, não passou por quaisquer problemas orçamentais e nem teve necessidade de quaisquer PEC’s. E, acima de tudo, era respeitada pelos seus arqui-inimigos.

Mas surge então um candidato a destronar Bracarix e a pureza inicial do projecto da aldeia, sucedendo a Abelix que num momento pior da vida pessoal de Bracarix o havia substituído interinamente na presidência da aldeia.

Tratou de mudar a aldeia para Sul da zona Norte e decide, de per si, construir um palácio presidencial à sua imagem e para seu gáudio exclusivo.

O “umbiguismo visceral” de Mobutix Caudilhix Dementix Paranoidix de Grandix Bostix , de seu nome completo, provindo do clã ancestral dos DITADORIX , foi, paulatinamente, degradando o ambiente na aldeia, degladiando o seu património, adquirindo bens sumptuosos para ornamentar o seu ego e para alimentar caprichos ilegítimos que passavam até por pagar “dívidas alheias” com fundos colectivos da aldeia.
Perante algumas objecções de Bracarix que se tinha tornado, entretanto, Ministro das Finanças da aldeia, o “grande líder” Mobutix apelidava-o de “esclerozado”, “senil” e outros epítetos semelhantes e nada abonatórios.

Entretanto, Paranoidix faz-se assessorar pelo inevitável Abelix, que lá foi carregando o menir e que nem se deu mal com o Dementix enquanto as suas opiniões “operacionais” eram quase em absoluto coincidentes com as do Caudilhix. Chegaram, julgava Abelix na sua boa-fé, a ser amigos.

Mas, um belo dia, alguns anos após uma assembleia de aldeia em que um texto emanado do órgão presidido por Bracarix levantava algumas objecções ao rumo financeiro algo obscuro que a aldeia havia encetado (e que por vir assinado pelo “Conselhix Fiscalix”, Mobutix nem sonhou ter sido redigido por Abelix…) – um belo dia, dizia eu, Abelix, farto de assistir passivamente a uma política financeira que envergonharia (por deles revelar a ingenuidade) até os ancestrais membros do clã Ditadorix (e onde até as peças de ferramenta que Bostix adquiriu para “formatar” o palácio, pagas pelos aldeões e que como tal deveriam ser colectivas, acabam na sua mala pessoal), resolveu, ainda que de forma discreta, afrontar o Caudilhix com uma carta PESSOAL E CONFIDENCIAL que lhe dirigiu onde lhe exprimia a sua preocupação com o rumo financeiro da aldeia.

A verdadeira natureza de pessoa mal formada que, na realidade Dementix ostentava ainda que, aqui e ali, a soubesse ofuscar com algum “jogo de cintura” teatralizado, veio ao de cima. Numa atitude própria apenas da “rasquice” que o caracteriza, resolve tornar público o conteúdo dessa carta, após o decurso de alguns meses que precisou para “cozinhar” uma resposta que, de tão aviltante e bacoca, só a si mesmo degradou, sem, entretanto, ter a coragem sequer de interpelar o portador do menir. Mas, sabemos que a coragem é um apanágio exclusivo dos Grandes. E Grandix Bostix nem médio era e persiste em diminuir!

Quando, posteriormente, o “senil” Bracarix se reformou, Mobutix Bostix, num exercício de hipocrisia aguda, até de HEROI E MESTRE o apelidou. Não que este não mereça, plenamente e por mérito próprio, aqueles qualificativos. Mas, não fica nada bem a quem em privado gratuitamente insulta vir, publicamente, elogiar com exuberância. Vícios privados, públicas virtudes…

Mas a suprema “bacoquice” ainda estava para vir!!!

Na sequência de uma vitória (jurídica) em confronto com os Romanos, Paranoidix vem sugerir, explicita, publicamente e sem qualquer decoro***, que se erga uma estátua ou se crie uma “estrela” ao estilo do passeio da fama “hollyodesco” à porta da sede do Palácio Romano, ao causídico Assassinix que, entretanto, fez apenas e só o que lhe competia e compete a qualquer mandatário judicial: ganho de causa. Ou será que o merecimento seria efectivo porque, na opinião de Caudilhix, a expectativa justa e razoável só poderia ser a da derrota?

À beira da insanidade global, perene e irreversível e à frente de uma aldeia onde a emigração se tornou regra e como tal na senda da desertificação inevitável, apesar de ter mudado o nome da aldeia numa tentativa infrutífera de inverter esse processo, o apalhaçado Mobutix vai resistindo mergulhado na sua própria baba, auto-exercitando a ridícula vanglória e o pendor patético das suas atitudes e alimentando uma postura absolutamente demencial e crescentemente esquizofrénica.


GRATIA MALORUM TAM INFIDA EST QUAM IPSI ****
[Plínio Moço, Epistulae 1.5.16]





O Cronix deste Reino

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* Não confundir com outra qualquer aldeia gaulesa onde, aí sim, pontificam verdadeiros heróis do imaginário colectivo.

** É insuportável a luz para a consciência culpada

** De registar, com alguma comoção, confesso, o facto de Bostix, indulgentemente, não se ter olvidado de Abelix nessa missiva. Bem-hajas Palermix, perdão(?!)… pois…

**** O favor dos maus é tão traiçoeiro quanto eles mesmos
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Abel Varandas
31 de Agosto de 2010

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Jehovah Jireh

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Deus Não Está Morto


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